Fomos pegos de surpresa na manhã desta quinta-feira com a morte de uma das vozes mais emblemáticas dos anos 1990. Chris Cornell, 52, do Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave, teve a morte anunciada na noite da quarta, após ter se apresentado em Detroit com o Soundgarden. Ironicamente, a última música que cantou foi In my Time of Dying, versão do Led Zeppelin. Cornell foi encontrado morto no banheiro do hotel MGM, onde estava hospedado. A primeira hipótese da morte é o suicídio.

Cornell é mais um dos vocalista do grunge de Seattle que se vai precocemente. Antes dele, Kurt Cobain (1967-1994) e Layne Staley (1967-2002) já haviam nos deixado tragicamente. Scott Weiland (1967-2015), filhote do grunge da banda Stone Temple Pilots, morreu de overdose mais recentemente.

Soudgarden

Cornell com o Soundgarden na década de 1990

Chris Cornell teve um histórico de vícios em drogas e álcool. Foi parar na reabilitação em 2002. Nos últimos anos parecia ter revertido todo o passado de drogas, se apresentando regularmente em sua carreira solo e com suas bandas. No ano passado, além de tocar com o Soundgarden, realizou a volta do Temple of the Dog, banda que nasceu em 1991 em homenagem ao vocalista Andy Wood, mais uma vítima das drogas, do Mother Love Bone. O grupo contava com músicos do Pearl Jam e Soundgarden. Ainda ensaiou a volta do Audioslave.

 


Cornell tocou no Brasil em dezembro do ano passado, quando realizou uma apresentação acústica. Deixa dois filhos e a esposa, Vicky Cornell. Vai fazer muita falta. Lembro que apesar de estar acostumado a entrevistar todo tipo de artista, nacional e internacional, quando ouvi sua voz no telefone há 10 anos, tremi. Já havia escutado tanto aquela voz e me emocionado dezenas de vezes com suas músicas que não consigo me esquecer até hoje quando chamou meu nome pelo telefone. A geração de Seattle marcou a minha vida. Chris Cornell foi um dos responsáveis por isso. Esta manhã de quinta-feira nunca será esquecida. Que descanse em paz esse legítimo homão da porra.