Após passar sufoco contra a Costa Rica, cujo jogador mais novo tem 32 anos e o nível do futebol é o mesmo do time de várzea do bairro em que você mora, o Brasil conseguiu vencer a primeira na Copa com dois gols nos acréscimos.

O jogo foi tenso, apesar do adversário fraco e retranqueiro. Isso prova que não tem mais bobo no futebol. Exceto o Galvão. Falando em Galvão, Neymar passou o primeiro tempo todo fazendo um estilo de jogar muito parecido com o do saudoso Zinho Enceradeira. Segura a bola, dá um giro 360 recuando e, no caso específico do Ney, não conclui a jogada. Efetividade zero. Mas o cabelo tá massa dessa vez.

E provou mais uma vez que é mimado, ao tomar cartão amarelo após reclamar de uma falta e jogar a bola bem próximo do adversário. Ainda por cima, Neymar levou um “fala muito” do juiz e xingou um costa-riquenho de” Ijo de Puta”, mostrando toda sua classe e controle emocional.

O Garoto Guaraná William apareceu mais pelo belo e hidratado black power do que pelo futebol. Resultado: foi substituído por Douglas Costas, que finalmente fez o lado direito da seleção existir na Copa. Fagner, que substituiu Danilo, provavelmente aproveitou os 90 minutos para colocar o sono em dia: não apareceu o jogo todo e não se comprometeu. Melhor pecar por omissão do que tentar aparecer e fazer merda. Ou, como se trata do Fagner, tentar matar a jogada e matar o adversário junto, resultando numa expulsão.

Gabriel Jesus continua na mesma: fez mais pelo Brasil pintando rua em 2014 do que na Copa de 2018. O goleiro-gato Alisson foi pouco ativado, mas das vezes que a bola chegou à pequena área, esqueceu os fundamentos básico do goleiro, que é sair do gol (coisa que o Navas fez o jogo todo). Tá com cola na chuteira, Jão?

Mas o destaque mesmo fica por conta de duas pessoas: Phillipe Coutinho e Tite. O nosso cosplay masculino da Meghan Markle mais uma vez salvou a pátria e agora fez a escola Romário de futebol: se a chance é marcar de bico, que seja. Que sirva de ensinamento de Neymar que, quando teve chance, quis fazer gol bonito e colocado no ângulo. E errou. Na verdade, já deve ter servido como aprendizado. Afinal, Neymar fez o segundo gol da seleção de canela. Como tem que ser. Pena que agora vão passar o choro dele pós jogo até a partida contra a Sérvia, naquelas matérias emocionantes com texto e narração em off do Tino Marcos.

E Tite, que até os 45 do segundo devia estar com o cu que não passava uma agulha, protagonizou o melhor momento dele até agora: tomou um rola na beira de campo e foi ajudado a levantar pelo Cassio, o nosso outro goleiro-gato.  Adoramos. Nota 4/10.