O rock já morreu uma caralhada de vezes. E nos últimos meses, com o suicídio de dois ícones como Chris Cornell (Soundgarden, Audioslave) e Chester Bennington (Linkin Park), ficou ainda mais na nossa cara que resta pouco das bandas que moldaram nosso caráter em algum momento da vida. Não só a geração das décadas de 60, 70 e 80 – Rolling Stones, Aerosmith, Metallica – está dando seus últimos sopros de sobrevivência em cima dos palcos, como os derradeiros artistas que tiveram relevância no gênero também estão criando um abismo quase intransponível.
Festivais como o Rock in Rio e o SP Trip são um diagnóstico em tempo real de quão forte ou desgastado está um gênero. Se no Rock In Rio, diversso estilos são colocados a serviço de um público mais amplo, o SP Trip decidiu focar no rock – morto ou não.
Nas últimas semanas, quando ainda era um dos editores do portal da Record, o R7, entrevistei alguns dos artistas que estarão em São Paulo a partir de hoje. Minha maior curiosidade quando falei com Miles Kennedy (Alter Bridge) e Billy Duffy (The Cult) era sobre a pressão que fez Chris e Chester se matarem. E o quanto isso representava a nova era de redes sociais e exposição sem medida da figura privada.
Miles, que tocou com Slash por sete anos, também sofre de depressão. E para cortar a doença, não para por um minuto. “Eu tive os meus problemas, tive depressão. E é por isso que trabalho o máximo que eu posso, para manter este monstro dormindo. O que aconteceu com os dois [Chris Cornell e Chester Bennington] é que o monstro tomou conta delas e eles não conseguiram fazer ele parar. Isso é muito triste e assustador porque você vê a força que esta doença tem nas pessoas. Eu sempre fico muito atento, porque a doença sempre estará lá. Você tem que conviver com ela da melhor maneira. Tem de trancar os demônios no armário. Ouça as músicas do Chris Cornell e sinta como ele era intenso e como suas músicas eram pesadas. Mesmo com todo este sucesso, com o dinheiro e com a fama, esse monstro da depressão sempre esteve dentro dele. Tenha certeza: dinheiro e fama não curam isso.”
O guitarrista do The Cult, Billy Duffy, perdeu as contas de quantas vezes esteve no Brasil. Foi aqui, em um show no início da década de 90, no Rio de Janeiro, que ele e o vocalista Ian Astbury saíram na mão e terminaram a banda. Rotina que aconteceu algumas vezes com o grupo inglês de sucessos como Fire Woman e Love Removal Machine. Duffy tocou com o Soundgarden uma semana antes da morte de Cornell. “Para mim, a exposição da alma desses cantores, que são as figuras centrais das bandas, é muito pesada. Eu, como guitarrista, posso me esconder no palco, nas entrevistas e estar muito menos exposto a tudo. Mais do que a perda de Chris e Chester, penso muito em como a família vai reagir a tudo isso. É muito triste.”
Duffy, de 56 anos, entede que o The Cult poderia ter sido ainda maior, pois sempre esteve próximo ao mainstream e poderia ter feito tanto sucesso como o Guns N’ Roses, por exemplo. Mas entende que não ter sido umas das maiores bandas do mundo também protegeu seus integrantes dessa exposição cruel. “Não reclamo. Sei que poderíamos ter sido maiores, mas fizemos muito sucesso em diversos países. Chegamos onde deveríamos e temos os fãs mais fiéis do rock.”
Inspirado pelo guitarrista Pete Townshend do The Who, O The Cult tocará na mesma noite no festival. “Tocamos com eles como convidados em 2007 em seis datas na Europa. Mas ver eles tocando pela primeira vez em São Paulo e toda a atmosfera que este show vai ter é incrível. É Incrível também imaginar que é a primeira vez do The Who no Brasil. Eu difícil acreditar que demorou tanto tempo”.
Mais uma banda que retorna pela enésima vez ao Brasil é o Bon Jovi. Hoje, à frente dos arranjos e dos vocais de apoio após a saída do guitarrista Richie Sambora, o tecladista David Bryan se mostrou mais animado com seu novo papel na banda e no álbum mais recente, This House is Not for Sale, de 2016. “Tenho muito orgulho do novo álbum. Foi minha ideia todos entrarem no estúdio ao mesmo tempo e trabalhar duro. Conseguimos ter novamente a energia de todos nós como grupo e você ouve essa energia nas músicas”.
Além de ser um dos fundadores da banda que já vendeu mais de 130 milhões de discos em todo o mundo, o tecladista hoje faz sucesso na Broadway, em Nova York. Com o musical Memphis ganhou 4 Tony Awards, o Oscar do teatro norte-americano. Mas no sábado, no Allianz Parque, David estará ao lado de Jon Bon Jovi tocando sucessos como Livin’ On a Prayer, I’’l Be There for You, Born To be my Baby etc etc.
E aí, vai perder? Depois não vem chorar ao som de Los Hermanos…
SERVIÇO – SÃO PAULO TRIP
Allianz Parque – Avenida Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca – São Paulo
21 de setembro: THE WHO – THE CULT – ALTER BRIDGE
Horários:
Portão: 16h
. Alter Bridge: 18h15
. The Cult: 19h45
. The Who: 21h30
Ingressos: Pista Premium: R$780,00 (Inteira)/ R$390,00 (Meia) Pista: R$390,00 (Inteira)/ R$195,00 (Meia) Cadeira Nível 1:R$550,00 (Inteira)/ R$275,00 (Meia) Cadeira Nível 2 R$300,00 (Inteira)/ R$150,00 (Meia)
23 de setembro: BON JOVI – THE KILLS
Horários:
Portão: 16h
. The Kills: 20h.
Bon Jovi: 21h30
Ingressos: Pista Premium: R$780,00 (Inteira)/ R$390,00 (Meia) Pista: R$390,00 (Inteira)/ R$195,00 (Meia) Cadeira Nível 1:R$550,00 (Inteira)/ R$275,00 (Meia) Cadeira Nível 2 R$300,00 (Inteira)/ R$150,00 (Meia)
24 de setembro: AEROSMITH – DEF LEPPARD
Horários: Portão: 16h
. Def Leppard: 19h45
. Aerosmith: 21h30
Ingressos: Pista Premium: R$780,00 (Inteira)/ R$390,00 (Meia) Pista: R$390,00 (Inteira)/ R$195,00 (Meia) Cadeira Nível 1:R$550,00 (Inteira)/ R$275,00 (Meia) Cadeira Nível 2 R$300,00 (Inteira)/ R$150,00 (Meia)
26 de setembro: GUNS N´ROSES – ALICE COOPER
Horários:
Portão: 16h
Alice Cooper: 19h15
Guns n´ Roses: 21h
Ingressos: Pista Premium: R$780,00 (Inteira)/ R$390,00 (Meia) Pista: R$390,00 (Inteira)/ R$195,00 (Meia) Cadeira Nível 1:R$550,00 (Inteira)/ R$275,00 (Meia) Cadeira Nível 2 R$300,00 (Inteira)/ R$150,00 (Meia)
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