Desde que virou moda ser metido a viking apenas porque a pessoa usou minoxidil para criar pelos faciais, toda uma cultura de macho alfa surgiu nas redes sociais.

Com uma mistura de auto ajuda e neoliberalismo regressivo (onde a pessoa apoia a modernidade na economia, mas é fiscal de cu alheio), homens que não sabem nem trocar um chuveiro sem parar na UTI da Santa Casa começaram a se achar o guerreiro nórdico nascido em Osaco.

Isso, claro, é acompanhado de algumas doses de misoginia e homofobia.

São esses os tipos que também defendem a meritocracia e também sofrem de Síndrome de Estocolmo Corporativa quando o assunto é economia. Tá tudo incluso no pacote.

Embora seja um assalariado que sofre muito para pagar as prestações do carro popular, ele tem certeza que está mais perto de ser um novo Elon Musk do que o próximo na triste estatística de desempregados no País.

E nesse kit de macho com fragilidade no ego, não pode faltar assuntos que supostamente comprovam o quão héteros e viris eles são, como mecânica, cerveja gourmet, MMA, futebol, filmes de ação e qualquer coisa que escorre testosterona. Porque, vocês sabem: ator bom é sem camisa e suado.

Os machos alfas estão mais perto do que vocês imaginam. Estão no escritório criticando a exposição do MAM, mas ao mesmo tempo não abrem mão de levar o filho menor de idade no puteiro apenas para provar que procriou um legítimo garanhão.

Como machos beta semi-héteros que somos, criticamos essa cultura nesse vídeo e denunciamos a ridiculice dessa galera que acredita que heterossexualidade se mede em escala e ignora que para ser um grande homem, independente da orientação, você não precisa ser um arquetipo clichê de macho viril.